quarta-feira, 26 de agosto de 2009

De volta aos braços de João


(com Hamilton de Holanda, no DVD Obrigado, gente!)

Comecei com uma impropriedade: não estou de volta aos braços de João, e sim a seus sons e sua música. Mas tudo isso me envolve de uma tal maneira que não é impropriedade, não - tá bem adequada a expressão. E se Sylvio Back está correto ao afirmar que as mulheres gozam pelo ouvido, pode haver gozo maior que ouvir João?

Depois de alguns dias fechando a coletânea com 31 cronistas catarinenses, já nas mãos do editor, canso de descansar e volto à labuta anterior. E preciso entrar no clima traveis. Assim, ponho o DVD a rodar, e deixo que me invada. Como tenho as tarefas domésticas também, um pouco ouço e um pouco sento ali, a contemplar. Se ele apresenta seu número com Hamilton de Holanda, venho correndo pra ver: como resistir? E o afeto transborda pela beleza, pela animação dos dois, e até pela diferença de estatura entre eles: João é de estatura mediana, mas Hamilton é um gigante...

E confesso que ando meio chateada com o ídolo. Já brinquei com ele uma vez, pedindo-lhe que não me desnorteie no meio do caminho. Não me atendeu, é claro!

O CD novo, com várias parcerias, Não vou pro céu mas já não vivo no chão, musicalmente me lembrou muito um anterior, Na onda que balança, o último com grande número de canções-solo. E daí fiquei descontente com o que tinha feito sobre este. E lá fui eu de volta, ouvir tudo de novo. Só matando: a mim e a ele...Talvez reescreva aquela parte, talvez conclua não ser necessário. Ainda não sei. O que sei é que tenho que ter segurança.

O próprio João me ajudou a ser assim: me deu segurança por gostar muito do que faço, e elogiar meu trabalho pros outros (nunca pra mim, o danado!). E me passou sua crença de que as coisas têm seu próprio tempo, deixemos que seja assim. Nele, isso é natural; em mim, com essa ansiedade sempre a mil, teve que ser aprendido. Aprendi: ou estou satisfeita com o que fiz, ou não considero pronto. Sem mais angústias, como deve ser.

"Toca de tatu/ linguiça e paio/ e boi zebu...", lá tão ele e Hamilton traveis, na sua "Linha de Passe"! Deixem-me aproveitar, até dançando junto, ô beleza!

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