sábado, 10 de outubro de 2009

Mandinga das boa



As palavras têm histórias maravilhosas, né mesmo?

Passei mais de uma semana conferindo e reconferindo os termos usados na letra de "Coisa feita", pela simples razão de que os textos do Aldir Blanc costumam ter uma lógica interna impecável. Desconfio sempre das relações que se estabelecem dentro de suas letras, porque ele costuma esconder mais do que mostra, como um belo e "inocente" iceberg. Faço isso e vou redigindo a versão definitiva de meu texto. Fiquei um mês sem mexer, pra aprontar o livro do meu avô, e agora o jeito foi ir de volta ao começo...

A letra diz "princesa do Daomé", que é brincadeirinha sacana com "dar o mel", "a que dá o mé", sem dúvida, mas há relações semânticas com o país, que hoje se chama Benim, em uma boa parte do vocabulário.

Daí topei com "mandinga". Significa feitiço, mas o termo veio dos mandinga, nação africana ou povo tido por feiticeiro, reputados por uma rica tradição musical, como contadores de histórias e guardiões da tradição... Habitavam a região do Daomé, é claro... E muitos deles, escravizados, foram trazidos para o Brasil, havendo estudos sobre sua contribuição cultural na Bahia e no Maranhão, principalmente.( Não, não errei concordância - sou professora de português, mas não sou gramatiqueira e prefiro a concordância preconizada pela Antropologia: nomes de tribos ou nações étnicas não fazem plural. Assim, "os mandinga", "os navajo", "os tupi").

Além dessa coerência semântica, a palavra é bonita, sonora, e mesmo visualmente é agradável...

As armas da foto são da nação mandinga (há quem prefira usar "povo", mas não eu... Os dois termos englobam acepções diferentes.)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mercadim das galegas



Sabem aquela história de os últimos serão os primeiros? Fotografei dona Mara, a mais extrovertida das três irmãs que tocam o mercadim, enquanto a Ju somava minhas compras...ÀS 17horas, quando voltava do dentista...

Não posso não passar lá: a senhora não veio aqui ontem, dona Regina...
Isso porque passo nem que seja só pra dizer oi, daí estranham minha ausência...



A Nilde teve que fazer cirurgia dentária complicada, de mexer no "céu" da boca, foi demorado e sofrido. Agora está ótimo, ela está linda - mas paga seu pedágio no aparelho... Mantém o bom humor, porém, que neste quesito todas as três são ótimas! E o cabelo tá lindo, galega!




O Diego tem uns 2 metros de altura, e é sobrinho da Juliana e do Toninho. Trabalha o dia todo, e faz Engenharia de Produção à noite. Ontem encontrei-o na rua, e ele balançou a cabeça, em sinal de desaprovação. Fingi estar zangada:
- O que é? Ainda não fiz nada!
E ele, sentencioso:
- Mas vai fazer, mas vai fazer!



A Ju é trabalhadora incansável, sabe o preço de tudo, organiza, arruma, carrega, afe! Fico cansada só de pensar! Mas não desanima nunca, é uma figura admirável.
Faltou a Mara, que só vem à tarde, incluo a danadinha aqui depois!

Tempo melhora, ufa!


(foto de Diego Redel,DC)


Fim de semana deve ser de sol e calor em SC

Nova frente fria pode provocar chuva a partir da noite de domingo

Pablo Gomes


Boa notícia para quem tem alguma atividade ao ar livre programada para o fim de semana: a previsão é de sol e calor em todo o Estado, com possibilidade de chuva e temperaturas mais baixas só para a próxima semana.

O meteorologista Daniel Calearo, do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC (Ciram), diz que o tempo começa a ficar firme já a partir desta sexta-feira, com o sol aparecendo principalmente no Oeste, onde as temperaturas máximas podem chegar a 26ºC.

(DC, 9/10/2009)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vista assim do alto...



Resolvi ir até o alto da rua Luís Pasteur, ver a Trindade lá de cima...e fazer fotos pra Cris...
Bota morro nisso,afe! Mas foi um bom exercício.



Pra quem se interessar, é quase a última da rua... E tem uma casa enorme na transversal, com muro alto, sem passagem pras favelas,não...




Vê-se um pedaço do Itacorubi, e a ponta de mar do Saco Grande, mais os viadutos em frente ao CIC...



Esta casa fica bem abaixo,numa transversal. Essa entrada é uma graça, e hoje estava cheia de passarinhos, num alvoroço só...

A delicadeza perdida



Não me importo com roupas, moda, penteados, classe social, escolaridade. Tenho conhecido gente analfabeta ou quase de muita inteligência, e doutores que são umas antas completas... Como Adrianinha Calcanhoto canta,eu não gosto de bons modos, tou nem aí pra eles. Mas gosto de delicadezas...

O rapaz que espera dois minutos com a portão aberto porque vem outra pessoa atrás dele, que para na faixa pruma mãe com criança no colo atravessar, a mulher que me espera passar no caixa na frente dela, essas "kindness" me agradam. E tem coisas assim: caminhoneiros dirigindo latas velhas param; jovens mulheres dirigindo carros de último tipo, jamais...

Chico Buarque fala no "país da delicadeza perdida", citando seu pai. Pus ali na lateral frase do Nelson Rodrigues dizendo algo parecido... Na verdade, acho que sempre há os que são delicados e os que não são. Em qualquer época, em qualquer país.

Já briguei muito, agora não brigo mais, deixo de lado, simplesmente. Pra que me estressar com gente casca grossa? Mas algumas vezes fico magoada.

E tá cheio de gente assim, né, sem nenhuma noção de alteridade. Os que só te procuram quando querem alguma coisa, os que são sem noção (convidas um amigo pra vir comer uma lasanha, e ele diz: só se for de espinafre! Ora, que vá tomar! Nunca mais será convidado, podes crer!), os que só aparecem quando é da conveniência deles... Me poupo: brigo mais não, não vale a pena.

E vão me perguntar: e tem gente que vale a pena? Ah, tem sim. Gente capaz de te trazer um pedaço de granito rosa que achou lindo e se lembrou que tás montando vidro prum amigo; gente que guarda pra ti um pedaço do bolo de aniversário; gente que te manda uma foto ou um poema que fala de cinamomos,ou liga pra avisar que estreou filme do Eastwood, coisas assim.

Tem gente plena de kindness, em que mora a delicadeza, a gentileza das pequenas coisas. Vivam elas!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Crônica do Amílcar

Águas turvas

Assim como navegar em águas turvas: sabe-se que o perigo ronda a cada passo, isto é, a cada avanço, pois não há farol, não há sequer lua. Mesmo de dia a visibilidade do fundo, das ciladas submersas, perde-se apesar do sol esfuziante e da brisa refrescante, nada mais, o sol e a brisa, do que ardis para desviar a atenção, relaxar os cuidados, induzir à catástrofe.

No entanto, é necessário navegar, e há que ter perícia, competência e determinação para fazê-lo em águas turvas. Porque não te adiantam cartas náuticas, não te franqueiam mapas geográficos, não te apontam os acidentes geológicos, a alteração das marés e o trabalho dos ventos: apenas te advertem, genericamente, de perigos, riscos e adversidades que, por certo, hão de abater-se com fúria impiedosa sobre a tua cabeça. Estás avisada. Depois não reclames, não venhas com choros, ameaças e lamentações.

Só te falta dizerem: a vida é assim mesmo, não é não? Uma questão de mercado, afinal: se o povo quer telenovelas, por que insistir com novelas? Se busca a adulação da autoajuda, por que perturbá-lo com os prazeres elaborados do texto literário? Se ambiciona apenas ver, qual a lógica de teimar com o ler? Se deseja unicamente esperar o tempo passar, qual a graça de incomodá-lo com sofisticações e sutilezas? Por que não deixar as pessoas em paz, fazendo aquilo que estão há décadas acostumadas a fazer, ainda que seja isso nada mais do que fazer nada?

Assim como navegar em águas turvas é levar cultura para perto das pessoas. Estimule qualquer pessoa a ler (coisa que preste), coloque um livro (decente) em suas mãos, e ela... lerá. Descobrirá o prazer irreversível da literatura.

É isso o que faz a Barca dos Livros – uma biblioteca. Iniciativa privada (abnegada), é procuradíssima por muita gente da Lagoa da Conceição, da Costa da Lagoa, do Canto da Lagoa, do Rio Tavares. Gente que sai de longe, imaginem!, em busca de livro.

É uma vergonha uma cidade que não tenha uma biblioteca pública municipal em cada bairro – e querem nos enfiar mais vereadores na folha de pagamento. É uma vergonha não haver um único milionário nessa cidade que resolva bancar (com recursos próprios, pois incentivo fiscal é dinheiro público, nosso e não dele) um investimento social como a Barca.

A qual, teimosamente, navega em águas turvas. Prestes a ir a pique. Levando junto um bocado de gente: os seus usuários.

(Variedades, DC, 7/10/22209)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Recadim pro João



Encontro o Júlio ali na entrada, eu saindo, ele chegando. Paro pra lhe pedir notícias do escritor Emanuel Medeiros Vieira, de quem é sobrinho. E nos pomos a falar de livros.

Júlio é professor do EGR/UFSC, e ele e seus colegas estão no terceiro volume de um livro didático,"porque nunca acaba!" E me diz: nessa coisa de livros,a gente tem que marcar uma linha final, e parar ali...

Chegamos a isso porque ele sabe do livro sobre as canções de João, e sempre pergunta. E porque ele não conhecia quase nada do João Bosco, e seu genro lhe deu de presente o DVD Obrigado, gente!, que ele amou, é claro...

Vim pra casa pensando nisso, nessa tal linha de finalização, e se este seria meu problema...No som está rodando aquele Cd que tem Bandalhismo e Esta é sua vida, aumentei o volume e fui pra mesa, reler o que tinha anotado ontem...

E sabes o que descobri, João? Uma coisa horrível! Descobri que é tão bom ficar fazendo isso, ouvindo, anotando, descobrindo e redescobrindo coisas, que não quero acabar! Faz isso comigo não, menino!

Quero mais não!



ODEIO telefone. Há uma vez ou outra em que ele é necessário, uma vez ou outra em que chega a ser prazeroso. Mas normalmente é um saco, ainda mais com essa invasão senvergonha e odiosa dos telemarketings...

E as operadoras não ajudam, arre égua! Diz a imprensa que há anos as queixas contra operadoras telefônicas superam todas as outras, nos Procons de norte a sul...

Meu fixo era da Telecom, que vendeu pra OI. Ora, não quero telefone duma firma que adote o ridículo nome de OI!, foi meu primeiro pensamento. Mas entrou a lei da inércia, foi ficando... Que alternativa tenho? GVT? Só o celular, que aliás é da TIM ( e acho o celular mais sacal ainda, ainda mais invasivo...)? Nenhum dos dois?

Dia desses me ligaram da OI! Senhora, é da OI, diz a voz edulcorada, feminina. E eu, desligada como sempre: Querida, meu telefone é da Telecom... Ela nem riu, a pobre. Explicou a mudança, que eu tinha APAGADO da mente, e queria discutir meu plano. Eu não queria discutir nada: fica exatamente como está, garanti, curta e grossa.

Só que depois caí em mim e comecei a rir: fica como está,dona Regina? E como é que está?
Não ia ligar pra eles, e brincar de passa-passa em que nunca é minha vez... Fui pro site.

Gente, tou até achando graça... Quero mudar de plano, o que segundo está escrito pode ser feito a qualquer hora, porque eles são acessíveis e generosos...(está implícito no TOM que usam, sacumé?) Daí clico em Plano Básico: primeiro, meu pedido não foi processado por problemas técnicos (à tarde). À noite, não entrava. Esta manhã, depois de cinco minutos de site, recém entrada no Plano Básico, ele me avisa que meu navegador está inativo há trinta minutos, e portanto serei desligada...

Tem que rir, é desfaçatez demais! Querem saber que mais? Dane-se! Não pago mais essa naba! Por enquanto tá tudo OK: a conta vence dia 10. Depois acho que recebo ligações por uns tempos, né não? E quem precisar falar comigo, tente o celular, mas afirmo que pela internet é mais seguro! (Também podem ligar pro orelhão ao lado da Portaria, e pedir pro porteiro me chamar, hehehe... Mas vai demorar pra eu chegar lá, fiquem avisados: desliguem e chamem de novo em cinco minutos, hehehehe...)

ADENDO 1: isso se eu me dignar a ir até lá, pra atender, hehehe...
ADENDO 2: que tal usarem o correio? Seria legal receber uma cartinha!

Crônica do Felipe Lenhart

Ai de ti, Florianópolis

“Então quem especulará sobre o metro quadrado de teu terreno? Pois na verdade não haverá terreno algum”, de Rubem Braga para Copacabana

Ai de ti, Florianópolis, porque os teus filhos mais queridos estão envelhecendo, e há de chegar o domingo em que a meia dúzia restante terá desaparecido levando junto o teu caráter, e o cetro da manezice que eles empunharam por toda a vida, em teu louvor, por amor a ti, terminará fincado sobre a figueira da praça e será ignorado pelos turistas, apedrejado pelos teus detratores, pichado pelos vagabundos e mijado pelos vira-latas de coleira eletrônica. Ninguém mais falará “tás tolo”, e toda a tua memória mofará trancafiada no último rancho de pescador. Porque estão te sufocando, eu sei.

Ai de ti porque o vento Sul virá te presentear de madrugada com um ramalhete de desgraças nunca vistas, e a manhã ficará escura, engolida pelo breu espesso com cheiro de molusco putrefato, e no meio da tarde as tuas lagoas e as tuas pontes sumirão dos cartões-postais da mesma forma com que um dia a chuva carregou um morro abaixo – e com ele as casas, os postes, os curiós e os miseráveis –, e choverá pedras de gelo sobre a tua carcaça e na sétima hora da noite o senhor do cataclismo descansará do trabalho bem feito, não sem antes encarregar o oceano em fúria de te vigiar de madrugada.

E aí, que será feito com a tua sala de troféus, o teu rol de prêmios, as tuas conquistas, o teu reconhecimento? Com que sotaque tu falarás, e com que praia tu vais te gabar para atrair as massas? Que será do teu Carnaval, das tuas procissões, do teu réveillon? Com que bambuzal, com que garapuvu tu cobrirás teus parques de lama e ladeará as tuas trilhas sem saída? Não te restarão somente os manguezais pestilentos, que farão proliferar a sua vida selvagem por entre as ruínas do teu comércio e das tuas residências com a força invencível do progresso? Perderás o teu nome de assassino.

Eis o teu fado, Florianópolis, a menos que um especulador talentoso vislumbre em meio aos teus despojos a chance para abrir um empreendimento de sucesso e transformar o teu destino. Algo assim como um retiro espiritual para sapos, caranguejos e jacarés? Ai de ti.

(Variedades, DC, 5/10/2009)

domingo, 4 de outubro de 2009

João e Cícero

João Bosco manda contar a seguinte história: foi a Belzonte, e no aeroporto o motorista estava a esperá-lo, com aquele cartaz com seu nome. Quando chegou perto, viu que era seu amigo Antônio Cícero.

O mesmo motorista que levava Cícero - que voltava pro Rio - ao aeroporto, ia pegar João - que chegava do Rio. Sabedor disso, Cícero montou a brincadeira. E João adorou: o amigo e eu rimos muito, e pudemos confraternizar um tempo...




Irmão da cantora e compositora Marina, o filósofo e poeta Antônio Cícero foi, junto com Waly Salomão, parceiro de João no CD Zona de Fronteira,um dos mais perfeitos que João já fez. E tem homepage ótima: http://www2.uol.com.br/antoniocicero/

Histórias de Mulheres



Rosa Montero é madrilenha, tem 56 anos, e publica artigos em El País. Também é ótima ensaísta e romancista - apresenta uma perspectiva muito própria, que torna seus escritos sempre interessantes, mesmo que não se concorde com ela. Normalmente concordo, porém.

Dela comecei por ler A louca da casa, cujo título vem de uma frase de Santa Teresa: "a imaginação é a louca da casa", mas que na verdade acaba sendo transformada para " a mulher que escreve é a louca da casa"... AMEI, é demais, dei o livro de presente pra todo mundo que aniversariou por aquela época...

Depois li Paixões, alguns amores famosos, e fiquei especialmente tocada pelo de Oscar Wilde pelo seu inconsequente, imaturo, cruel Bosie. Aí não havia mais nada traduzido, li Rosa em espanhol: Te trataré como una reina, relação simbiótica e sufocante entre dois irmãos.

Rosa esteve numa FLIP, fez grande sucesso, A louca...esgotou, foram sendo traduzidos os outros. E depois de fase de policiais e mais policiais, pra descansar a cabeça, entrei em fase de ler "as muié". Comecei por Alice Munro, segui por Muriel Barbery, estou na Rosa, depois sigo por outras: Karen Blixen, Flannery O' Connor, a portuguesa Lídia Jorge, e muitas mais, todas maravilhosas, com a Virginia e a Clarice lidas e relidas, incluindo As Horas, é claro, mesmo escrito por homem, a ser relido com prazer e revendo o filme...



Zenobia Camprubí era casada com o poeta Juan Ramón Jimenez, prêmio Nobel de Literatura, autor daquele belíssimo Platero y yo. "A vida mortífera" é o título do artigo que fala de sua vida, tiranizada por um marido que não prescindia de sua presença em nenhum momento do dia, de tanto que a amava (?!)...Numa época ficaram temporada num hotel - e para ler ou escrever ele precisava ficar sozinho no quarto, mas sabendo-a perto... e sem se fazer notar. Então, ela passava os dias sentada no vaso sanitário, no banheiro anexo...

O viés escolhido pra falar de Frida Kahlo vem de frase dela mesma: " O mundo é uma cama". E não é nada erótica esta cama, apesar de sua agitada vida amorosa em certa época: é a cama da doença e da dor, por causa do acidente que sofreu e das seguidas cirurgias.

Muitas outras aparecem no livro: Agatha Christie, Mary Wollstonecraft, Simone de Beauvoir - Rosa não é muito complacente com a pessoa dela, embora seja fã da intelectual - , Alma Mahler e outras. Poucas conseguem, como George Sand, enfrentar seu tempo e viver com liberdade. Mas Rosa reconhece que o Romantismo sem dúvida influenciou ambiente a seu redor, e permitiu essa abertura. Mas houve um retrocesso em seguida, e lá foram as mulheres encarceradas de novo.

Dói em Rosa e, por consequência, dói em nós, ver que muitas apenas se submetem ao que se espera delas, e abdicam de seu talento e de sua inteligência em prol de um amor eterno que acaba ali na esquina, mas a escravidão delas é pra sempre. O caso mais revoltante, quanto a esse aspecto, é o de María Lejárraga. O mais triste (e chorei, confesso), o de Camille Claudel.

Às vezes Rosa assume ponto de vista exageradamente feminista, sem muita ponderação - mas não é comum. Procura balancear, analisar, cotejar dados. E, apesar de todos os pesares, apesar de nós mesmas,apesar de todas as mensagens bruxas recebidas, somos mulheres de sorte, por viver nos dias de hoje...

Tou escapando!



(a foto é de Hermínio Nunes, no clicrbs)

Quero isso não: vou dar voltinha nos subúrbios, xá comigo! Esta foto é do centro de Floripa,onde NÃO moro, nem quero morar. Mas a Trindade já tá ficando assim... Tem quem ache que isso é progresso... Merecia ser pendurado pelo pescoço até a morte!(E lá no fundo o Cambirela tá de chapéu...)