quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O condomínio é um mundo



Bem aí, na frente do salão de festas, um rapaz conversa (alto) ao celular:

- E sabes o que teve a coragem de dizer de mim? Que sou podre... ( e em seguida, uma enfiada de palavrões, que não vou repetir aqui...)

Deve ter sido alguma mulher, sem dúvida. Me pus a rir, e quando ele viu, deu de ombros, aquele dar de ombros meio cúmplice que significa "fazer o quê?"

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A vizinha do B2 vai chegando, sacola com compras, e uma penca de bananas.

Mexo com ela: vai ter bolinho de banana?

E ela:

- Bolinho de chuva, com canela e açúcar...

Fiquei com vontade, fiz alguns pra mim, uma delícia! (mas só com canela, sem açúcar...)

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A vizinha do B3 me para, pra contar do neto, que almoça com ela todo dia:

- Ele é formado em cinema pela UFSC. Perguntou se eu te conhecia - uma senhora baixinha, que anda sempre cantando? O nome dela é Regina, é aposentada do Jornalismo da UFSC...

É, não dá pra disfarçar.

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ADORO infernizar Geraldo, o jardineiro:

- Já viste as cavalinhas no nosso canteiro? Vocês arrancaram todas, mas elas não se conformaram. Estão brotando pra todo lado, no canteiro.

Ele para, olha, se põe a coçar a cabeça: um exército de cavalinhas contra ele...

* * *

O vizinho de cima tem um cachorro cego, que desce os degraus devagarinho, de um em um, quando é levado a passear. Estou voltando da lixeira, fico segurando o portão da garagem. Ele ri:
-Vai demorar!
Demorou, mesmo... Mas chova ou faça sol, ele desce com o animal, naquele passinho dele,degrau por degrau, às vezes esbarrando na parede. Acho admirável!

* * *

Como já contei, o Guilherme Carrión, ex-aluno, mora no apartamento que dá de frente pro meu. Nunca nos vemos... Quando nos encontramos, é pela Lauro Linhares, jamais aqui. Mas ontem nos encontramos na portaria, ele a toda: tou atrasado pro trabalho, Regininha!

Puxa, um dia fui Regininha,hehehe... Acho que já tou me esquecendo disso!

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Sábado à tarde, tinha festa no salão velho, aqui atrás. Ouviam funk a todo volume. Ninguém merece! Peguei meu livro, fui ler no quarto. Ali do lado do terminal, era o hino do Flamengo, também a todo volume: uma vez Flamengo/ sempre Flamengo... Se o estupro é inevitável...Calcei os tênis, fui caminhar!

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