quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Rainha de notas de rodapé



ALELUIA!

Já tinha terminado a proposta de edição para o Bulha d'arroio, livro de contos de Tito Carvalho, meu avô. Como na primeira edição, os vocábulos regionais ou muito estranhos (o Houaiss passou esses dias abertinho ali em cima da mesa... Os livros dele, também) foram colocados em ordem alfabética, no final do livro.

Acabei, e fiquei pensando no que tinha feito. Revisei quatro ou cinco vezes, até que na revisão final não encontrei mais nada pra acertar. Mas estava descontente com essa coisa de usar glossário: é muita mão de obra pro leitor. Ele lê uma palavra que desconhece,pra ir atrás tem que marcar a página; procurar no glossário; de uma certa maneira, memorizar o significado dela, e voltar para a página que deixara marcada. Se houver muitas, vai acabar desistindo. Ou de consultar, ou de ler o livro. Não, assim não tá legal. Nota de rodapé seria bem melhor.

Consultei cumpadre Flávio e ele respondeu "degerim": ia mesmo te sugerir isso. Ao começar a reler Vida Salobra, romance que o "Velho" publicou em 1963, vejo que ele usou notas, também. Me senti autorizada.

E pus mãos à obra. Mas sabem o que é fazer umas quatrocentas notas de rodapé? Não, não é demais. É que ninguém lê um livro (muito menos um de contos) de uma assentada só. Assim, se os termos aparecem de novo em outro conto, estarão repetidos lá. Confesso que acabei decorando o vocabulário, na sua maior parte, e tou até pensando num poema que se chame "digibilando mixorna"...

Faz quatro dias que só trabalho nisso, e "ontônti" caí na cama às 19:30 horas, e dormi feito uma pedra, de tão cansada que estava. Esta manhã, acabei. Tive que reescrever uma parte em que explico a metodologia de trabalho, acertar de cá e de lá algumas cositas, e DEU.

Oh, não se iludam: ainda vou dar uma revisada geral. Mas tá prontito. Já posso voltar pros braços do João, e escrever a análise de "Coisa Feita", ajeitadinha na cabeça e pedindo passagem... Antes,porém, quero criar coragem de ir caminhar ao sol... mas com este velho vento vagabundo "pelas fuças"...

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